Apresentação Husaberg 2009
Marca inova na disposição do motor
MotoX.com.br - Texto: Lucídio Arruda - Fotos: Divulgação
O líder do desenvolvimento Thomas Gustavsson levou a unidade para a vistoria da prova, ainda sem nenhum símbolo ou nome que identificasse a marca, que já tinha algumas sugestões, mas ainda não o nome definitivo.
Quando questionado pela organização do evento sobre a marca da motocicleta Gustavsson tentou explicar do que se tratava e que ainda não havia nome. A respota do oficial foi enfática: "Sem marca não corre!"
Não competir estava fora de questão, naquele momento de 1987 então nasceu a Husaberg Motor AB. Em 88 outro protótipo foi apresentado a um seleto grupo de investidores e em 1989 saiu o primeiro modelo da linha de montagem.
Seu primeiro grande sucesso nas competições veio já em 1990 com o primeiro título no Mundial de Enduro. Cinco anos mais tarde, já sob direção da austríaca KTM a Husaberg conquistava também o Mundial de Motocross com Joel Smets na categoria 500cc. O gigante belga faturou três de seus cinco títulos mundiais com a marca.
Quando a KTM levou a linha de montagem e o setor de desenvolvimento para a Áustria - somente a área de competições permaneceu na Suécia - muitos dos fãs da marca acharam que a magia e inovação da Husaberg se perderia no tempo.
Mas a KTM conseguiu elevar o nível de confiabilidade dos modelos ao mesmo tempo que manteve as características e design próprios da marca. Mais que isso a Husaberg passou a ser um laboratório de inovação dos austríacos.
FE450 2009
O filtro de ar fica em posição privilegiada para ultrapassar riachos. O subquadro é de plástico. |
A solução abriu espaço para um novo posicionamento do tanque de combustível, filtro de ar e coletor de admissão além de melhorar o vão livre na parte inferior do quadro.
Efeito giroscópico
Não é segredo para ninguém que o efeito giroscópico é um dos principais fatores que influenciam na pilotagem das motocicletas. Na verdade o próprio - e não a velocidade -é o principal responsável pelo equilíbrio dos veículos de duas rodas. É por isso que os ciclistas conseguem treinar com a bicicleta sobre rolos, sem sair do lugar.
A principal associação do efeito giroscópico nas motocicletas é feita com as rodas onde cada grama a mais gera um efeito multiplicador na tocada da motocicleta. Imaginem que os aros pesassem cinco quilos a mais cada um. A inércia tornaria as curvas um pesadelo neste caso. Muito mais do que se esses dez quilos fossem adicionados no tanque da motocicleta ou na carcaça da caixa de câmbio, não é mesmo?
É por isso que a pilotagem de uma 450 parece muito mais "pesada" que uma 250 mesmo que a diferença entre as duas na balança não seja tão grande assim. O piloto Ryan Villopoto, destaque do AMA Motocross, que com sua 250cc até o ano passado virava tempos próximos ou até mais rápidos que seus colegas da categoria principal está aprendendo isso na prática em 2009.
Objetivos
Pois bem, movendo o virabrequim para a área mais próxima ao centro de gravidade os engenheiros da Husaberg tiveram como principal objetivo aliviar a sensação de peso ao vencer os obstáculos do off-road com a motocicleta.
A posição dez centimetros mais alta do virabrequim foi compensada baixando a posição da tanque de combustível, que abriga também o filtro de ar. Equipada com injeção eletrônica a Husaberg dispensa os botões de afogador e partida a quente.
Conclusão
A saída do escape fica em posição bem protegida. |
A solução é relativamente simples para o benefício a que se propões e deve ter deixado os engenheiros das marcas concorrentes com uma grande interrogação: "por que não pensamos nisso antes?"
Resta saber se a nova moda "vai pegar" e se outros modelos vão seguir esse caminho. Caso a novidade realmente valha a pena o natural seria a própria KTM seguir os passos da marca irmã em seus próximos modelos. Na internet já pipocam fotos de protótipos austríacos com essa disposição de motor, mas ainda nada com veracidade comprovada.
Ficha Técnica
Motor | |||
Tipo | monocilindrico 4 tempos | ||
Volume | 449.3 cc | ||
Diâmetro / Curso | 95 / 63.4 mm | ||
Taxa de compressão | 11.8 : 1 | ||
Partida | Elétrica/12 V 7 Ah | ||
Câmbio | 6 gears | ||
Alimentação | Keihin EFI | ||
Lubricação | Sob pressão com 2 bombas | ||
Óleo | Motorex, SAE 10W-50 | ||
Relação Primária | 33 : 76 | ||
Transmissão secundária | 13 : 38 (13 : 52) | ||
Refrigeração | Líquida | ||
Embreagem | Acionamento hidráulico multidisco em ban ho de óleo | ||
Sistema de gerenciamento do motor | Keihin | ||
Chassis | |||
Quadro | Perimetral de berço duplo 25CrMo4 | ||
Subquadro | Polietileno (PE) | ||
Guidão | Magura, Aluminium Ø 28 / 22 mm | ||
Suspensão Dianteira | WP-USD Ø 48 mm | ||
Suspensão Traseira | WP-PDS shock absorber | ||
Curso Diant./Tras. | 300 / 335 mm | ||
Freios Diant./Tras. | Disco Ø 260 mm/DiscoØ 220 mm | ||
Aros Diant./Tras. | 1.60 x 21" DID/2.15 x 18" DID | ||
Pneus Diant./Tras. | 90/90-21"; 140/80-18" | ||
Corrente | 5/8 x 1/4" | ||
Ponteira | Aluminio | ||
Caster | 63.5° | ||
Entre-eixos | 1,475 ± 10 mm | ||
Distância livre do solo | 390 mm | ||
Altura do banco | 985 mm | ||
Tanque | aprox. 8.5 litros | ||
Peso seco | aprox. 114 kg |
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