Postado por: Luciano Poeys - TCM.
A cidade de Barretos, localizada no interior de São Paulo, recebeu a nona edição do encontro de motociclistas Barretos Motorcycles. Em meio a uma imensidão de atrações que ocuparam o Parque do Peão ao longo de três dias, ocorreu a quarta edição do Desafio Internacional de Freestyle Motocross.
O enfoque do evento é o espetáculo, culminando num confronto Brasil versus Estados Unidos, após uma série de apresentações individuais dos pilotos. A multidão presente fez o papel dos juízes, decidindo por meio da vibração os vencedores.
Além dos brasileiros Gilmar Joaninha Flores, Henrique Balestrin, Jonílson Silva, Cyro Oliveira, Jorge Negretti e Diego Djamdjian, o chamariz foi a presença de Taka Higashino, Jimmy Fitzpatrick e Caleb Moore, aquele mesmo que roubou a cena na mais recente edição dos Winter X Games ao “flipar” carregando seu irmão Colten. Desta vez o norte-americano deixou o snowmobile de lado, e montou num quadriciclo, por sinal, máquina onde habitualmente desenvolve suas manobras.
O Desafio Internacional também marcou a primeira apresentação de Freestyle abordo de um quad feita no País.
Jimmy Fitzpatrick executando um backflip heelcker, a rotação ditou o ritmo na finalFoto: Divulgação Barretos Motorcycles
Mesmo num ambiente mais descontraído, em razão do perfil dos pilotos e a atenção destes para a exposição do Desafio, não houve economia nas manobras pelos brasileiros. Neste ponto, vale citar Henrique Balestrin, mais conhecido como “Zoio”.
O piloto de Sinop, no Mato Grosso, mostrou tsunamis extensos e whips posicionados bem fora de eixo. Segundo “Zoio”, o avanço é resultado de treinos diários. E ao que tudo indica, deve continuar em ritmo acelerado. “Quero olhar para a ‘rabeta’ da moto” explicou, em referência ao desejado próximo passo na evolução do whip. Indo um pouco mais para cima do País, precisamente, para Boa Vista, em Roraima, encontramos Jonílson Silva, apelidado como “Kiko Loco”. Dono de uma das trajetórias mais inusitadas já vistas no FMX, “Kiko” começou no BMX, e numa passagem relâmpago pelas motos chegou ao freestyle.
Aproveitando sua estada em Sinop, percorreu o caminho das pedras construído por Joaninha, conseguindo absorver o backflip. Fez a rotação no Desafio Internacional, e ao lado de seu “tutor” formou a dupla brasileira que encarou na decisão Fitzpatrick e o japonês radicado nos Estados Unidos Higashino.
Gilmar Joaninha Flores, esticado no clássico double hartattackFoto: Divulgação Barretos MotorcyclesOs backflips deram o tom da final, com Taka contorcendo-se nos flips cordovas e esticando striper flips, e Fitzpatrick executando alguns backflip indy e flip heeclicker. Contudo, as apresentações não se restringiram totalmente aos flips.
Taka mostrou holygrabs “planados”, enquanto Fitzpatrick seu patenteado seat grab indy, arremessando o braço para o alto durante a passagem do guidão para o grab. Talvez algo que pudéssemos definir como “simplexidade” de execução, tornando mais chamativo, e até um pouco mais complexo, uma manobra bastante simples.
Do lado brasileiro, combinações de backflip por Joaninha, e um whip flip com inclinação bastante acentuada pode ser definido como seu momento na pista. Jonílson o acompanhou nos flips, encaixando também manobras regulares em sua rotina, como tsunami e nine o’clock nac.
O piloto ainda precisa lapidar seus movimentos, mas considerando sua história, provavelmente, isso será apenas mais um obstáculo. Ao término, os brasileiros receberam a maior ovação das arquibancadas, e saíram de Barretos com a vitória do Desafio Internacional de Freestyle Motocross.
Backflip cordova do japonês Taka Higashino, que pilotava para o time americano em BarretosFoto: Divulgação Barretos MotorcyclesPor: José Gaspar
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