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sábado, 9 de janeiro de 2010

Tiago Fantozzi é desclassificado, mas irá seguir o Dakar.

Tiago Fantozzi está fora do Dakar.
Foto: Marcelo Maragni

Direto de Antofagasta - O piloto de moto Tiago Fantozzi foi impedido de largar hoje para a sétima etapa do Dakar 2010. O brasileiro teve problemas na moto ontem e saiu a pé em busca de ajuda. Conseguiu voltar ao acampamento para pegar as peças, consertar a moto e terminar a etapa, de madrugada. Ainda assim, foi desclassificado. Pelo regulamento o competidor não pode abandonar o veículo, e a organização foi severa neste ponto.


“Infelizmente hoje ainda não tenho a estrutura que um competidor de ponta precisa, com outro piloto de ‘mochileiro’ ou caminhão de apoio inscrito dentro da prova. Isso dificultou na minha manutenção e acabou me tirando da prova”, lamentou o piloto.


Fantozzi errou a navegação no primeiro terço da etapa e tentava a recuperação, andando fora da trilha principal, quando caiu em um rio seco. “No deserto existe a estrada principal e um raio de um quilômetro ainda válido para rodar além da trilha. A especial vinha com muito pó e eu estava nessa estrada paralela, passando algumas motos. Por volta do quilômetro 220 surgiu na minha frente um rio seco de dois metros de profundidade por dois de largura. Sem muita opção do que fazer pulei para fora da moto, e ela foi para o buraco”, contou. O choque entortou a roda de sua moto, e o brasileiro foi impedido de continuar.


Para tentar o conserto, Fantozzi foi obrigado a deixar a moto na especial e começar uma epopéia próximo de Iquique, no norte do Chile. “Primeiro tentei desamassar a roda com pedras, depois caminhei horas no meio do deserto até o abastecimento, e lá tentar outras opções. Encontrei a moto de um português que tinha abandonado a prova por causa de acidente, e a levei até a minha para tentar substituir a roda, mas não coube. Tive que voltar de carona até o acampamento, pegar uma roda reserva, voltar onde estava a minha moto para trocar, e só então seguir pela especial. Terminei a etapa de noite, próximo das três da manhã”, lembrou.


Para conseguir chegar em todos esses locais, o brasileiro pegou uma série de caronas. “No meio do deserto percebi que era mais próximo caminhar até uma estrada, que estava a cinco quilômetros, do que voltar pelo caminho que fiz. Consegui uma carona com um caminhoneiro chileno, uma figura que me deu carona até o abastecimento. Lá consegui um lugar no helicóptero do exército chileno, que me levou até o acampamento. De lá fui com o carro de apoio de volta ao abastecimento, para arrumar a moto. Mas tudo isso foi em vão, porque fui desclassificado”, disse.


O piloto irá seguir pela prova, para ajudar seus companheiros de equipe, Carlos Ambrósio e Vicente Neto. “Vou continuar na prova, no apoio aos brasileiros da minha equipe, o Vicente em sua primeira participação, e o Carlinhos, que está despontando como um dos principais brasileiros na classificação. A idéia é chegar a Buenos Aires junto com a caravana do rali”, adiantou Fantozzi.

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