Acordemos antes que seja tarde demais. Motocross é motivo de paixão. Porque as vaidades sempre superam a razão das coisas ? Quando foi lançada a Superliga de Motocross imaginávamos que pudessem fazer com que este esporte sobre duas rodas, tivesse o valor, o respeito e o respaldo que merecem.
Hoje corrida de lagartixa vale mais que o Mundo do Motociclismo. Corrida de ganso ganha mais mídia que nosso esporte. Não que seja um produto morno, pobre, que não represente nada. É só ver o mundo industrial deste produto sobre duas rodas, no Brasil, e no mundo, e o quanto representa em emprego, impostos e renda, e por isto deveria ter um tratamento diferente.
O motivo todos sabem. Vejam quem cuida deste esporte há anos, e ver o resultado catastrófico gerado pelas vaidades, e percebemos que continua sendo briga de beleza a todo momento, infelizmente.
Eu vi na Superliga de Motocross algo que pudesse profissionalizar esta modalidade, tão apaixonante, e tão ‘rica’ de tudo, e que no futuro permanecesse como um produto dentro de uma Confederação, e foi ao contrário, por um simples fato isolado : o de proibir os pilotos Honda e Satélites Honda de andarem no Campeonato Federado, ou seja, no Campeonato Brasileiro de Motocross.
Uma atitude isolada, vaidosa e antiesportiva, gerando prejuízos enormes ao esporte e a muitas equipes e pilotos, e ainda ao público local e nacional, que ficam sem aquela motivação de ver uma verdadeira competição, de verdade. Respeitamos sim a que paga a conta, mas o prejuízo ao produto Motocross, na minha opinião é grande.
Os motivos podem sim ser privados, e internos e até racionais, mas prejudicou muito o esporte. Não se pensou naqueles que gostam de participar, e ou de assistir esta modalidade. Quando ouvi falarem da Superliga/Honda de Motocross, vislumbrei um futuro promissor ao esporte, pois teríamos parte dos melhores pilotos Brasileiros, Superliga e Satélites, competindo com os melhores do Brasileiro de Motocross, e grande parte dos pilotos nacionais competindo na Superliga, e no final se veria primeiramente uma competição autêntica, de verdade, e de incentivo a todas as equipes. Mas infelizmente a desmotivação é total, pois é assim que vejo este tema.
A solução é unir forças em prol do esporte
Mais na frente ainda se veria qual o real objetivo da Superliga/Honda de Motocross. Imaginei que pudesse no finalzinho ter uma pequena esperança de que o esporte estaria sim, sendo profissionalizado de uma vez por todas, sendo parte sim de um grande produto, com muito dinheiro, dentro da CBM, que pudesse valer muito mais que apenas vaidades, ou movido somente pela paixão de alguns aficionados. Minha esperança era isolada, é claro, como ex-piloto fora de forma, e pai de piloto.
Quando vi a Dunas Race administrando o Brasileiro de Supercross, vi a possibilidade do esporte Supercross voltar a ser aquele Supercross do tempo do Skol Supercross. E por vaidades, certamente o grande empresário Marcos Moraes, preferiu parar com o produto. Porquê ? Perguntas que não calam. As dúvidas são muitas.
Quando vemos os dois campeonatos nacionais de Motocross andando no paralelo, com menos de 150 pilotos inscritos em média a cada etapa; me pergunto, porquê isso ?!?! Perdemos mais um ano, o da grande chance, de evoluirmos.
Tomara que tenhamos a chance de tirar proveito de tudo a que estamos vendo. Mas minhas esperanças são pequenas, e isoladas, mas mesmo assim penso que um dia poderá mudar, deixando a paixão e a vaidade de lado, e buscando o profissionalismo nesta modalidade, que é sim, uma riqueza ampla e insuperável, pois as pessoas passam e o esporte permanece.
Me perdoem pela franqueza, mas é assim que vejo o momento catastrófico desta modalidade esportiva tão apaixonante.
Paulo Vitor Sebben
Empresário e pai de piloto.
Fonte - www.mundocross.com.br
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