TCM - 06/05/2010.
Verdadeira lenda do motociclismo nacional, Eduardo Saçaki foi uma das atrações das provas de abertura do Arena Cross e da Superliga Brasil de Motocross. Aposentado, o Japonês Voador não entra mais na pista. Entretanto, pilotando o microfone, mostra a mesma habilidade de sempre. Ele é o comentarista oficial das duas competições e detalha para o público, tintim por tintim, o que os pilotos executam a cada volta. Saçaki estará presente na segunda etapa do Arena Cross, no próximo sábado, 8 de maio, em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Ele não precisa acelerar mais. A simples menção de sua presença nas pistas já é suficiente para animar o público. Em São José, Santa Catarina, onde ocorreu a prova de abertura do Arena Cross – e a estreia de Saçaki como comentarista –, ele foi aplaudido de pé pelo público e chegou às lágrimas. Em Indaiatuba, na primeira corrida da Superliga, nova demonstração de carinho.
O convite para comentar as corridas foi uma espécie de reencontro entre Saçaki e o mundo das motos. O Japonês Voador, que à partir da metade dos anos 80 encantou os amantes do Motocross com saltos espetaculares e a perícia apurada de suas manobras, estava afastado das pistas desde 2005, quando sofreu grave acidente em Carlos Barbosa, Rio Grande do Sul.
Recuperado, o piloto passou a exercer uma função bem diferente. Até ser convidado por Carlinhos Romagnolli, organizador das duas competições, para comentar as corridas, ele trabalhava como padeiro.
“Resolvi me especializar na área de padaria. Depois do acidente, fui contratado por um empresário de Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul, e tentei voltar a pilotar, mas não deu certo. Então, retornei a Curitiba, Paraná, onde moro hoje, e como meu pai pensava em abrir uma empresa de panificação, fiz o curso em uma grande empresa de farinha de trigo”, relata Saçaki. “Consegui emprego em uma padaria, na cidade de Campina Grande do Sul, no Interior do Paraná. Depois, voltei para a capital e arrumei trabalho aqui”, complementa.
Neste segundo emprego, Saçaki lembra que, de certa forma, a fama do passado lhe abriu as portas. “O dono da padaria me olhou e disse: ‘te conheço de algum lugar’. Depois, no dia seguinte, ele lembrou que eu era o Japonês Voador”, relembra.
Se na pista Saçaki vivia inventando manobras, na panificação não foi diferente. “Sou um especialista em pães integrais. Já criei alguns pãezinhos muito interessantes. Como o clima de Curitiba é muito instável, e isso interfere na massa, passei várias noites em claro para chegar no ponto ideal”, conta com orgulho.
O maior trauma
Saçaki tem orgulho de dizer que já correu (e venceu) em praticamente todas as pistas do Brasil. E entre os inúmeros títulos, destaca os seis que conquistou no Arena Cross. “Não participo do Arena Cross desde 2005, quando fui disputar o Campeonato Brasileiro. Era um desafio, mas acabei me arrependendo muito. No Arena eu era ídolo, tinha bons patrocinadores”, comenta o piloto, que naquele ano passou pelo pior drama de sua carreira.
Num treino na semana posterior a etapa de Carlos Barbosa do Campeonato Brasileiro de Motocross 2005, ele sofreu um grave acidente que quase lhe custou a vida. Saçaki estava treinando na pista de Carlos Barbosa e numa queda acabou sofrendo traumatismo craniano, fraturou a segunda vértebra cervical, teve de retirar o rim esquerdo e o baço, permanecendo 31 dias internado (dez deles em estado de coma). “Hoje eu tenho um déficit de memória, a única sequela que ficou do acidente”, conta Saçaki.
Redação Mundocross
Texto by VipComm
Foto by Maurício Arruda
Verdadeira lenda do motociclismo nacional, Eduardo Saçaki foi uma das atrações das provas de abertura do Arena Cross e da Superliga Brasil de Motocross. Aposentado, o Japonês Voador não entra mais na pista. Entretanto, pilotando o microfone, mostra a mesma habilidade de sempre. Ele é o comentarista oficial das duas competições e detalha para o público, tintim por tintim, o que os pilotos executam a cada volta. Saçaki estará presente na segunda etapa do Arena Cross, no próximo sábado, 8 de maio, em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Ele não precisa acelerar mais. A simples menção de sua presença nas pistas já é suficiente para animar o público. Em São José, Santa Catarina, onde ocorreu a prova de abertura do Arena Cross – e a estreia de Saçaki como comentarista –, ele foi aplaudido de pé pelo público e chegou às lágrimas. Em Indaiatuba, na primeira corrida da Superliga, nova demonstração de carinho.
O convite para comentar as corridas foi uma espécie de reencontro entre Saçaki e o mundo das motos. O Japonês Voador, que à partir da metade dos anos 80 encantou os amantes do Motocross com saltos espetaculares e a perícia apurada de suas manobras, estava afastado das pistas desde 2005, quando sofreu grave acidente em Carlos Barbosa, Rio Grande do Sul.
Recuperado, o piloto passou a exercer uma função bem diferente. Até ser convidado por Carlinhos Romagnolli, organizador das duas competições, para comentar as corridas, ele trabalhava como padeiro.
“Resolvi me especializar na área de padaria. Depois do acidente, fui contratado por um empresário de Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul, e tentei voltar a pilotar, mas não deu certo. Então, retornei a Curitiba, Paraná, onde moro hoje, e como meu pai pensava em abrir uma empresa de panificação, fiz o curso em uma grande empresa de farinha de trigo”, relata Saçaki. “Consegui emprego em uma padaria, na cidade de Campina Grande do Sul, no Interior do Paraná. Depois, voltei para a capital e arrumei trabalho aqui”, complementa.
Neste segundo emprego, Saçaki lembra que, de certa forma, a fama do passado lhe abriu as portas. “O dono da padaria me olhou e disse: ‘te conheço de algum lugar’. Depois, no dia seguinte, ele lembrou que eu era o Japonês Voador”, relembra.
Se na pista Saçaki vivia inventando manobras, na panificação não foi diferente. “Sou um especialista em pães integrais. Já criei alguns pãezinhos muito interessantes. Como o clima de Curitiba é muito instável, e isso interfere na massa, passei várias noites em claro para chegar no ponto ideal”, conta com orgulho.
O maior trauma
Saçaki tem orgulho de dizer que já correu (e venceu) em praticamente todas as pistas do Brasil. E entre os inúmeros títulos, destaca os seis que conquistou no Arena Cross. “Não participo do Arena Cross desde 2005, quando fui disputar o Campeonato Brasileiro. Era um desafio, mas acabei me arrependendo muito. No Arena eu era ídolo, tinha bons patrocinadores”, comenta o piloto, que naquele ano passou pelo pior drama de sua carreira.
Num treino na semana posterior a etapa de Carlos Barbosa do Campeonato Brasileiro de Motocross 2005, ele sofreu um grave acidente que quase lhe custou a vida. Saçaki estava treinando na pista de Carlos Barbosa e numa queda acabou sofrendo traumatismo craniano, fraturou a segunda vértebra cervical, teve de retirar o rim esquerdo e o baço, permanecendo 31 dias internado (dez deles em estado de coma). “Hoje eu tenho um déficit de memória, a única sequela que ficou do acidente”, conta Saçaki.
Redação Mundocross
Texto by VipComm
Foto by Maurício Arruda
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