TCM - 15/02/2011.
Por: Luciano Poeys - TCM
Imagens e matéria feita pela Espn, sobre o Free Style Motocross com a galera de Fortaleza, onde apresentam o seu centro de treinamento. O "Rock Zone".
Assista à matéria sobre o Rock Zone transmitida pelo Planeta EXPN.
Claudio Rocha cristaliza o impacto positivo que a passagem dos eventos internacionais pelo País pode acarretar à cena local. Natural de Fortaleza, Claudinho como é mais conhecido, foi fisgado pelo FMX durante a primeira passagem do Mundial por sua cidade em 2007. De lá para cá dedicação e paixão pelo esporte o levaram das arquibancadas ao interior da pista, onde em 2010 fez sua estreia nas competições ao lado da elite do FMX no Campeonato Mundial. Mais que protagonista de uma trajetória que parece ter origem na ficção, o cearense de 30 anos deseja se firmar. Articula-se em outras frentes, como a criação do centro de treinamento Rock Zone, e planeja rumar ao Sudeste com objetivo de se tornar rosto comum no freestyle motocross nacional.
ESPN - Claudio, diga algumas informações básicas sobre você, como começou no motocross etc.
Rocha - Iniciei no motocross tarde, com 20 anos. Sempre fui apaixonado por motos, mas como todo pai faz, o meu me deu um quadriciclo. Quando fiz 20 anos, e já estava trabalhando, comprei a minha primeira moto, uma YZ 250, ano 1998. Na época foi uma estresse lá em casa, mas depois aceitaram. Daí para frente passei a competir em corridas regionais.
Em dois anos Claudio Rocha deixou as arquibancadas do Castelão e chegou ao Mundial de FMX. Crédito: Arquivo Pessoal.
ESPN - E o FMX, fale sobre o impacto que a passagem do Mundial por Fortaleza teve em seu envolvimento com o esporte.
Rocha - Até 2008 não tinha qualquer contato com o FMX, a não ser por vídeos e algumas vezes tentando no foots na própria pista de motocross. Em dezembro de 2007 fui ao Castelão (estádio onde foi realizado o Mundial em Fortaleza) para assistir o Night of the Jumps. Foi paixão à primeira vista. Lembro como se fosse hoje, olhei para o meu amigo Stefan que estava comigo e disse: "tenho coragem de mandar aquele salto". Quando acabou a competição as rampas ficaram com o Jece, um organizador de corridas aqui do Estado, e ele me conseguiu duas. Coloquei na minha pista como parte do traçado de motocross e comecei a saltar, não para manobrar, mas para curtir a altura que as rampas lançavam. No final de 2008 o piloto Tatá Mello veio pra o Mundial e me deu uma semana de aula, e me iniciei no FMX. No ano seguinte (2009), me deu outra semana de aula e daí em diante foi muito treino. Treinos diários, com uma hora de moto, mais musculação e Yoga.
Claudio Rocha, mandando um clássico whip no Rock Zone. Crédito: Arquivo Pessoal
ESPN - Curiosamente, antes de participar de qualquer outro campeonato, você estreou nas competições diretamente no Mundial. Como essa oportunidade surgiu?
Rocha - É uma longa história.... Desde o início de 2010 estava em contato com a Tai e a Federação Cearense de Motociclismo (organizadores do campeonato), e a cada evolução mandava fotos e vídeos para eles. Assim, passaram a acreditar nas minhas habilidades. Mas isso não garantiu minha vaga. Na semana do evento recebi uma ligação da Tai dizendo que os "gringos"do Night of the Jumps tinham autorizado minha participação nos treinos e, dependendo de como me saísse, abririam a vaga.
ESPN - E como foi a experiência?
Rocha - A experiência foi simplesmente demais, algo marcante, não acreditei que estava treinando e pegando dicas dos melhores pilotos do mundo. Todos foram muito legais comigo, me apoiando e aconselhando.
ESPN - Após a estreia, como você avalia seu nível? Quero dizer, habilidade para saltar, fluir pela pista, repertório de manobras, e claro, até sua confiança para encarar a pressão de uma grande competição?
Rocha - O saldo foi muito positivo, pois vi que estou com uma boa noção de distância, e o leque de manobras está atrativo. Com isso me empolguei para participar de outros eventos no Brasil este ano.
Rock Zone, centro de treinamento ou parque de diversões? Um pouco dos dois na visão de Rocha. Crédito: Arquivo Pessoal.
ESPN - Um elemento fundamental para sua evolução foi o “Rock Zone”, fale sobre a iniciativa de criar esse parque dedicado aos esportes de ação.
Rocha - O Rock Zone é um sonho que tenho desde pequeno. Sempre pratiquei esportes de ação, e gostaria de ter um parque de diversões próprio (risos). Mas falando sério, aqui em Fortaleza não tem nenhum lugar fechado para prática de esportes radicais, assim iniciamos com a pista de motocross, que é próximo da minha casa, o que me permite treinar diariamente. Do motocross nasceu a ideia de fazer um circuito de FMX. Em seguida, uma minirampa para skate, BMX e in-line. Por último, criamos um circuito de enduro indoor, e assim conseguimos abranger um grande número de modalidades radicais.
ESPN - E com relação à pista de Freestyle, o que podemos encontrar por lá?
Rocha - Hoje temos 6 rampas de ferro, de 2 modelos diferentes, e duas recepções. As rampas são posicionadas em várias distâncias, assim quem não sabe saltar na rampa de ferro pode iniciar no FMX com distâncias menores, e depois passar para saltos mais longos.
ESPN - Conversamos muito sobre você participar das competições na região Sudeste. Você mantém esse plano?
Rocha - Sim, como falei antes, este ano pretendo participar de quantos eventos forem possíveis, pois como moro na região Nordeste há o custo do deslocamento.
ESPN - Além desse, outros planos futuros?
Rocha – Pretendo passar algumas semanas treinando em São Paulo, para melhorar minhas manobras, e tentar “flipar” na espuma. Hoje diferenciamos os pilotos de FMX pela seguinte pergunta: "você flipa?" (risos)
ESPN - Claudio, valeu pela a atenção. Caso queira agradecer, dizer algo que não conversamos, agora o espaço é seu...
Rocha - Primeiro agradecer aos meus patrocinadores, que acreditam em meu trabalho: Hospital São Mateus, Night Power, Clínica de Nutrição Mirella Freire e Fort Motos. A ESPN, que sempre abre um espaço para a gente, e aos pilotos Tatá Mello, Fred Kyrillos e Joaninha, que me deram a maior força no Mundial.
Fonte: http://espn.estadao.com.br - Por: José Gaspar.
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