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quinta-feira, 25 de março de 2010

ENTREVISTA: Ricardo "Kaphê" Sebbe.

TCM - 25/03/2010.

Ricardo Kaphê assume a função de Diretor Esportivo Off Road da Kawasaki do Brasil
Redação MotoX.com.br - Texto: Renato Fernandes - Fotos: Ronaldo Sampaio e Maurício Arruda


Ricardo "Kaphê" Sebbe

Quem acompanha de perto o motocross nacional pode até não conhecer o piloto Ricardo Sebbe, mas se falarmos seu apelido, "Kaphê", certamente você conhece ou já ouviu falar. O veterano piloto, que atualmente disputa a classe MX3, parte agora para mais um novo desafio em sua carreira no motociclismo. Em 2010, Kaphê passa a ser o Diretor Esportivo para o segmento Off Road da Kawasaki do Brasil.

Sua função será assessorar a montadora nas competições fora de estrada, cuidando das contratações de pilotos, apoios, patrocínios para eventos, acompanhanado a equipe durante as competições, além das demais funções ligadas a este segmento. Sua primeira missão a frente do novo cargo foi definir os primeiros pilotos da equipe oficial de motocross da Kawasaki, que conta até o momento com os irmãos Marcello "Ratinho" e Eduardo "Dudu" Lima competindo nas classes MX1 e MX2, respectivamente.

Acompanhe a seguir a conversa que tivemos com Kaphê, onde ele fala de sua carreira sobre as duas rodas e o que espera deste ano do motociclismo no país e em sua nova atividade.


Em 2010 Kaphê assume o cargo de Diretor Esportivo para o segmento Off Road da Kawasaki do Brasil
MotoX: Antes de falarmos sobre este seu novo desafio e sobre 2010, gostaríamos que contasse um pouco de sua história como piloto.


Comecei a correr com 16 anos, com uma DT 180cc em 1985, participando do Campeonato Regional de Motocross. Nestes anos competindo, participei de vários campeonatos importantes que já foram realizados em nosso País e que nos deixam muita saudade como Hollywood Motocross, Skol Supercross, Campeonato Brasileiro, Campeonatos Estaduais em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Conquistei vários títulos estaduais, Campeão Paulista, Tri-Campeão Sul Mineiro, Bi-Campeão Carioca, Campeão Amador Dirt Action, Campeão Kawasaki Open. Não posso deixar de citar alguns pódios conquistados em etapas do Campeonato Brasileiro. Agradeço muito ao esporte, pois tive a oportunidade de conhecer várias pessoas e culturas diferentes. Praticamente conheci o Brasil inteiro participando de competições. Nestes anos representei algumas marcas, sempre tive muito comprometimento e fidelidade com meus patrocinadores e apoios.

MotoX: Você competiu por algum tempo com modelos da Kawasaki. Quais os pontos fortes que você destaca nas motocicletas cross da marca?

Acredito que a Kawasaki foi a marca que mais evoluiu nos últimos anos, principalmente nos modelos KXF 450. É bom lembrar que este modelo foi lançado em 2006 e desde 2009 é considerada a melhor da categoria. O ponto forte da marca Kawasaki sempre foi a ciclística e as suspensões, mas em 2009 o motor me impressionou muito pela força e durabilidade.

MotoX: Como surgiu o convite para esta nova função na equipe?


No final de 2008 o Sr. Marcelo Barbosa, proprietário da American Cross, me apresentou um projeto na qual eu participaria do Campeonato Amador Dirt Action 2009, evento este patrocinado pela Kawasaki e organizado pela Extreme Racing. No período das competições tive a oportunidade de conhecer o Sr. Ricardo Suzuki, Gerente de Marketing da Kawasaki Brasil e sempre conversávamos sobre a possibilidade da marca investir em uma equipe oficial de Motocross, como acontece em outros Países. Após a última etapa do Amador Dirt Action, tivemos algumas reuniões no escritório da Kawasaki em São Paulo, quando o Sr. Ricardo Suzuki alegou que a empresa não possuía uma pessoa com experiência e conhecimentos específicos voltados para as competições off road, sendo assim me ofereceu o cargo para prestar assessoria esportiva.


"Acredito que a Kawasaki foi a marca que mais evoluiu nos últimos anos, principalmente nos modelos KXF 450"

MotoX: Quais serão sua atribuições dentro da equipe e qual será o suporte dado pela Kawasaki do Brasil ao time?

Estarei sempre presente nos Campeonatos Brasileiro de Motocross e Supercross, vistoriando o investimento da Kawasaki junto à equipe, para que nada falte aos nossos pilotos. Neste primeiro ano forneceremos o número necessário de motos para que os pilotos possam competir com condições reais de disputar os principais títulos.

MotoX: Esta é a primeira vez que a Kawasaki tem um time realmente oficial aqui no Brasil, o que você espera desta primeira temporada da equipe?

A Kawasaki, para viabilizar o projeto da equipe, conta com o investimento da empresa Vaz Helmets, a equipe chama-se Vaz Kawasaki Racing Team. Neste primeiro ano esperamos obter a consolidação da marca no cenário nacional, quanto aos resultados, sabemos do altíssimo nível de competitividade dos campeonatos que disputaremos, mas estamos confiantes, temos a informação que nossos pilotos foram os primeiros a receber as motos.


"Realizamos uma triagem com critérios rígidos para as contratações de pilotos"
MotoX: Sabemos que Ratinho e Dudu Lima integrarão a equipe nas categorias MX1 e MX2 do motocross. O time já está fechado ou novos nomes virão?


Para as categorias MX1 e MX2 o time já esta fechado, mas estamos estudando outras propostas para as categorias de base. Analisamos todos os currículos recebidos, realizamos uma triagem com critérios rígidos para as contratações de pilotos. Primeiramente analisamos a performance do piloto nos últimos anos e o objetivo proposto, mas temos uma enorme preocupação com a conduta do atleta dentro e fora das pistas.

MotoX: E nas demais categorias Off Road como Enduro FIM, Regularidade, Cross Country, entre outras, a Kawasaki também terá pilotos oficiais?

A Kawasaki no seu primeiro ano não importou os modelos KLX, que são apropriadas para este tipo de modalidade. Estamos viabilizando um lote deste modelo para que possamos contratar alguns pilotos para representar a Kawasaki em todas as categorias off road.

MotoX: Como será a estrutura e os apoios que a equipe contará para este ano?

A equipe Vaz já possuía uma estrutura própria e altamente funcional. Nosso chefe da equipe tem toda liberdade para fechar os parceiros necessários para viabilizar o projeto. Atualmente já estão firmados a Rinaldi, IMS, American Cross, Motul, Emg Suspensão, Transmor, Vertex e Slin Grafics. Temos ainda, um projeto para viabilizar um centro de treinamento para os pilotos contratados pela Kawasaki e proprietários de motos da marca.


"Os organizadores devem ser íntegros e profissionais, a imparcialidade dever ser soberana"

MotoX: Depois de um período de incertezas, em 2010 o motocross nacional tem tudo para decolar. Além do Brasileiro de Motocross e do crescimento constante das competições regionais, foi criado mais um campeonato de âmbito nacional, a Superliga de Motocross. Como você vê o cenário atual das competições?

Com a criação da Superliga haverá uma concorrência natural, que no meu ponto de vista é fundamental para o crescimento de qualquer atividade, tanto esportiva quanto econômica. Para que seja uma concorrência saudável, os organizadores devem ser íntegros e profissionais, a imparcialidade dever ser soberana. Temos que observar o alto custo para a participação das equipes nos campeonatos, acredito que poucos pilotos privados ou equipes satélites terão condições financeiras de completarem os dois campeonatos. Nossos pilotos participarão das duas competições, visando uma melhor preparação para representar o Brasil na etapa do Mundial que será realizada em Campo Grande (MS) e integrar a Equipe para o Nações.

MotoX: De quais competições a equipe Kawasaki participará?

Participaremos do Catarinense de Supercross e Motocross, Brasileiro de Supercross e Motocross, Super Liga de Motocross e ainda nosso Chefe de Equipe está negociando com o Promotor do Arena Cross a participação da equipe.


"Se o calendário permitir, vou defender meu título no Campeonato Amador Dirt Action conquistado em 2009"
MotoX: Você acredita neste momento em um crescimento do motociclismo nacional? O que você diria a potenciais patrocinadores e investidores do esporte?

Acredito que o motociclismo nacional vem crescendo gradativamente ao longo dos anos, é um crescimento lento, motivado pelas dificuldades enfrentadas pela atual Diretoria da CBM em organizar a entidade. Aos patrocinadores e investidores, primeiramente agradeço a confiabilidade e apoio ao nosso esporte, porém gostaria que as negociações fossem realizadas de forma cristalina e os valores investidos fossem informados a Associação de Pilotos (ABPMX).

MotoX: Voltando ao Kaphê piloto, você continuará competindo este ano?

Se o calendário permitir vou defender meus títulos no Campeonato Amador Dirt Action, conquistado em 2009, e recuperar o título no Estadual do Rio de Janeiro, mas minha prioridade hoje é honrar o meu contrato com a Kawasaki Brasil.

MotoX: E como será conciliar a paixão por pilotar com a nova função, que conta com um calendário puxado, repleto de provas?

Após o convite da Kawasaki passei alguns dias no litoral com minha família, refletindo para tomar a decisão. Estou muito preparado para a nova função, são fases em nossas vidas e eu me sinto privilegiado em poder parar de competir e ainda trabalhar para uma grande marca como a Kawasaki.

MotoX: Desejamos boa sorte e sucesso com o novo time.

Gostaria de agradecer a Deus e a minha família primeiramente. Agradeço todas as pessoas que contribuíram para o meu crescimento dentro e fora das pistas. Agradeço muito às empresas Kawasaki, American Cross, Speed-Up, Temper Campos, Thor - Brasil Racing, Circuit, Vaz e Dash Adesivos.

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