Postado por: Luciano Poeys - TCM.
Para ele, a principal manha é poupar o equipamento, ainda mais no primeiro dia da prova que larga nas dunas da Praia do Cumbuco, famosa pela areia pesada e sol castigante. “A dica é não usar toda a foca da moto, nem do piloto, principalmente no primeiro dia. Sabemos que haverá muita areia e laços na primeira etapa, e depois terão mais três, com média de cinco horas de competição em cada uma”, conta o piloto.
Em uma prova que reúne pilotos de todas as partes do país, a familiaridade com areia não é comum a todos. “Para quem não mora em regiões arenosas fica ainda mais difícil, por falta de costume. Tem hora que a areia é fofa, outros firme, é importante treinar na areia antes de participar de uma prova como essa”, adianta.
A areia não representa apenas um problema para a pilotagem, mas também na navegação. “Muitos estão acostumados a fazer enduro em regiões de mata e trilhas com caminho bem definido. Aqui, a areia permite pequenos laços que podem ser até ao redor de uma moita, ou qualquer vegetação rasteira. Isso já é suficiente para deixar qualquer piloto na dúvida, e com isso perder segundos importantes para um bom desempenho”, ilustra o capixaba.
Atenção na navegação. Para não ter surpresas, Sandro orienta todos os pilotos fazerem um estudo da planilha na noite anterior. No Cerapió, todos os pilotos recebem as planilhas da prova inteira no briefing antes da competição, realizado hoje às 19hs, “porém, eu recomendo estudar apenas a planilha do dia seguinte, para evitar confusão”, comenta o piloto.
“Perceber onde estão os laços - geralmente com muitas referências próximas, e para o mesmo lado - e marcá-las com uma caneta colorida ajuda a não perder tempo e velocidade na hora que encontrá-los na pista. Tem hora que não precisa nem ver a distância entre as referências, apenas contar quantidade de curvas”, ensina.
Treino. Sandro ainda mora no Espírito Santo, e conta que procurou diferenciar ao máximo os tipos de treino, para se adaptar às condições do Nordeste. “Morei muito tempo em Guarapari, onde encontrava regiões de areia, agora estou em Venda Nova do Imigrante, que é um local de Serra. Mas para o Cerapió fiz treinos em Minas Gerais, em altitudes acima dos mil metros para ajudar no condicionamento físico, e também desci para regiões mais quentes do Espírito Santo, para me adaptar ao calor. Na própria viagem ao Ceará, não liguei o ar condicionado do carro. Tudo para ficar mais acostumado com as altas temperaturas”, finaliza.
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